As eleições presidenciais de 1958 em Portugal - a cobertura da campanha pelos jornais República, Diário de Lisboa e Novidades
DOI:
https://doi.org/10.31637/epsir-2025-1175Palabras clave:
Américo Thomaz, campanha eleitoral, Diário de Lisboa, eleições presidenciais, Estado Novo, República, Humberto Delgado, NovidadesResumen
Introdução: As eleições presidenciais de 1958 ocuparam uma posição de destaque no cenário político português, motivadas pela firme decisão de Humberto Delgado de continuar na disputa eleitoral, desafiando assim os padrões estabelecidos nas eleições anteriores. Metodologia: Para compreender o papel da imprensa na cobertura dessas eleições, foram analisadas qualitativa e quantitativamente cerca de 83 edições de periódicos, abrangendo o período da campanha eleitoral. Os jornais República e Diário de Lisboa representaram a oposição ao Estado Novo, enquanto o jornal Novidades permaneceu alinhado com o regime. Resultados: A análise revelou uma acentuada disparidade no tratamento dos jornais pelos censores, que frequentemente restringiam os textos publicados no República e no Diário de Lisboa. Apesar disso, esses jornais conseguiram promover a campanha eleitoral em favor da oposição, com o República se destacando como o principal veículo de apoio aos opositores. Por outro lado, o Novidades foi o mais prolífico na difusão de conteúdos favoráveis ao Estado Novo. Discussão: Observou-se que os oposicionistas, predominantemente intelectuais de alta qualificação acadêmica, criticaram o regime e seu candidato, enquanto a União Nacional respondeu com comunicados que atacavam a oposição e exaltavam as realizações do Estado Novo. Conclusões: A imprensa desempenhou um papel crucial na construção das narrativas políticas, com o República e o Diário de Lisboa promovendo vozes dissonantes e o Novidades reforçando a hegemonia discursiva do Estado Novo, refletindo as tensões da época.
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