Efetivação da Justiça Climática no Brasil com a equiparação de vítima de desastre ambiental à consumidora
DOI :
https://doi.org/10.31637/epsir-2025-2119Mots-clés :
Equiparação, Consumidor, Desastre Ambiental, Justiça Climática, Dano AmbientalRésumé
Introdução: As mudanças climáticas tornaram os desastres ambientais frequentes, impactando desproporcionalmente populações vulneráveis, menos responsáveis por sua ocorrência. A Justiça Climática busca equilibrar essas disparidades, garantindo proteção aos mais afetados. Metodologia: Utilizando o método hipotético-dedutivo, esta pesquisa baseia-se em pesquisa doutrinária e análise jurisprudencial em diversas bases de dados, incluindo estudos acadêmicos e decisões do Superior Tribunal de Justiça (STJ) sobre palavras-chave relevantes. Resultados: A equiparação jurídica das vítimas de desastres ambientais a consumidoras, com evidência de defeito ou falha no processo de produção do fornecedor, beneficia-as aplicando princípios como responsabilidade civil objetiva e inversão do ônus da prova, conforme a legislação de proteção ao consumidor. Discussão: A equiparação como consumidor, em casos apropriados, é crucial para garantir às vítimas de desastres ambientais as proteções jurídicas do Código de Defesa do Consumidor, alinhando-se à Justiça Climática. Conclusões: Reconhecer a vulnerabilidade específica das vítimas de desastres ambientais e equipará-las aos consumidores fortalece a aplicação dos princípios consumeristas pelo judiciário brasileiro, promovendo um ambiente jurídico mais justo e inclusivo diante dos desafios globais contemporâneos.
Téléchargements
Références
Atz, A. P., Teixeira, J. P., & Hupffer, H. M. (2020). Nova perspectiva da vulnerabilidade do consumidor a partir dos danos causados por desastres ambientais. Revista de Direito Ambiental, 100, 611-636.
BBC Brasil. (2024, 14 de julho). Em vídeo: A cronologia da maior tragédia ambiental do Rio Grande do Sul. BBC Brasil. Retrieved from https://www.bbc.com/portuguese/articles/cekl7x9x0d8o
Beck, U. (2012). A reinvenção da política: rumo a uma teoria da modernidade reflexiva. In Giddens, A., Lash, S., & Beck, U. Modernização reflexiva: política, tradição e estética na ordem social moderna. São Paulo: UNESP.
Bello Filho, N. de B. (2010). Direito ambiental das mudanças climáticas: Novos paradigmas da atuação judicial. Revista de Direito Ambiental, 58, 274-290.
Benjamin, Antonio Herman de Vasconcelos e. (1998) A responsabilidade civil pelo dano ambiental no direito brasileiro e as lições do direito comparado. BDJur, Brasília, DF. http://bdjur.stj.jus.br//dspace/handle/2011/8632
Bessa, L. R. (2022). Código de defesa do consumidor comentado (2a ed.). Rio de Janeiro: Forense.
Brasil. (1990). Código de Defesa do Consumidor (Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990). https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8078compilado.htm
Cafferatta, Néstor A. (2024). Justicia Climática. Revista de Direito Ambiental, 114(29), 391-405. São Paulo: Ed. RT.
Capella, J. R. (1998). Os cidadãos servos. Porto Alegre: Sergio Antonio Fabris.
Case Briefs. (n.d.). Henningsen v. Bloomfield Motors, Inc. https://www.casebriefs.com/blog/law/contracts/contracts-keyed-to-farnsworth/policing-the-bargain/henningsen-v-bloomfield-motors-inc-2/
Cavalieri Filho, S. (2008). Programa de direito do consumidor. São Paulo: Atlas.
Chmutina, K., Von Meding, J. (2019). A Dilemma of Language: “Natural Disasters” in Academic Literature. Int J Disaster Risk Sci 10, 283–292. DOI: https://doi.org/10.1007/s13753-019-00232-2
Chmutina, K., Von Meding, J., Gaillard, J.C., & Bosher, L. (2017). Why "natural" disasters aren't all that natural. Prevention Web, UNDRR. https://www.preventionweb.net/news/why-natural-disasters-arent-all-natural.
CNN Brasil. (2023, 12 de janeiro). Brasil registrou mais de mil desastres naturais em 2023, segundo o CEMADEN. CNN Brasil. Retrieved from https://www.cnnbrasil.com.br/nacional/brasil-registrou-mais-de-mil-desastres-naturais-em-2023-segundo-o-cemaden/#:~:text=Foram%20registrados%201.161%20eventos%20de,registros%20de%202022%20e%202020.
Coelho, M. C. V. (2024). STJ – AgInt nos EDcl no Recurso Especial 2073932/BA. Revista de Direito Ambiental, 113(29), 466-469. São Paulo: Ed. RT.
Efing, A. C. (2019). Fundamentos do Direito das Relações de Consumo (4a ed.). Curitiba: Juruá.
Efing, A. C., Polewka, G., Oyague, O. W. (2015). A crise econômica brasileira e o superendividamento do consumidor: emergência do aprimoramento legislativo para a tutela social. Revista de Direito do Consumidor, São Paulo, 101.
EM-DAT. Emergency Events Database. emdat.be
Filomeno, J. G. B. (2018). Direitos do consumidor (15ed.). São Paulo: Atlas.
Greenpeace. Justiça Climática. https://www.greenpeace.org/brasil/informe-se/justica-climatica/
Grinover, A. P. et al. (2022). Código brasileiro de defesa do consumidor (13a ed.). Rio de Janeiro: Forense.
Harding, S. (2008). Terra-Viva: ciência, intuição e evolução de Gaia. São Paulo: Cultrix.
IPCC, 2023: Summary for Policymakers. In: Climate Change 2023: Synthesis Report. Contribution of Working Groups I, II and III to the Sixth Assessment Report of the Intergovernmental Panel on Climate Change [Core Writing Team, H. Lee and J. Romero (eds.)]. IPCC, Geneva, Switzerland, pp. 1-34, doi: 10.59327/IPCC/AR6-9789291691647.001 DOI: https://doi.org/10.59327/IPCC/AR6-9789291691647.001
Junges, J. R. (2001). Ética ecológica: antropocentrismo ou biocentrismo? Revista Perspectiva Teológica, 33(89), 33-66. DOI: https://doi.org/10.20911/21768757v33n89p33/2001
Marques, C. L. (2012). O “diálogo das fontes” como método da nova teoria geral do direito: um tributo a Erik Jayme. In C. L. Marques (Ed.), Diálogo das fontes: do conflito à coordenação de normas do direito brasileiro (p. 20). São Paulo: Revista dos Tribunais.
Milanez, B., & Fonseca, I. F. (2010). Justiça climática e eventos climáticos extremos: O caso das enchentes no Brasil. Boletim Regional, Urbano e Ambiental, 04. https://repositorio.ipea.gov.br/bitstream/11058/5554/1/BRU_n4_justica.pdf
Mizutori, M. (2020) Time to say goodbye to “natural” disasters. Prevention Web, UNDRR. https://www.preventionweb.net/drr-community-voices/time-say-goodbye-natural-disasters
New York Court of Appeals. (1916). MacPherson v. Buick Motor Co. https://www.nycourts.gov/reporter/archives/macpherson_buick.htm
Nunes, R. (2024). Curso de direito do consumidor (15a ed.). São Paulo: SaraivaJur.
Superior Tribunal de Justiça. (2012). Recurso Especial n.º 1.281.090/SP, Rel. Ministro Luis Felipe Salomão, Quarta Turma, julgado em 7/2/2012, DJe de 15/3/2012.
Superior Tribunal de Justiça. (2013). Recurso Especial n.º 1.288.008/MG, Rel. Ministro Paulo de Tarso Sanseverino, Terceira Turma, julgado em 04/04/2013, DJe 11/04/2013.
Superior Tribunal de Justiça. (2022). Recurso Especial nº 2009210 RS (2021/0363664-0). Julgado em 09 de agosto de 2022, Terceira Turma. Publicado no Diário de Justiça Eletrônico, 12 de agosto de 2022.
Superior Tribunal de Justiça. (2023, maio 16). Informativo nº 774. Brasília, DF.
Superior Tribunal de Justiça. (2023). Recurso Especial 2.018.386-BA. Ministra Nancy Andrighi (Relatora), Segunda Seção. Decisão publicada em 10 de maio de 2023, DJe 12 de maio de 2023.
Tartuce, F., & Neves, D. A. A. (2024). Manual de direito do consumidor: direito material e processual, volume único (13ed.). Rio de Janeiro: Método.
Tominaga, Lídia Keiko; Santoro, Jair; Amaral, Rosangela do (orgs.) Desastres naturais: conhecer para prevenir Rosangela do Amaral. São Paulo: Instituto Geológico, 2009.
UFMG. Projeto Brumadinho. Desastres, Impactos e Danos — Entenda um pouco mais!, 02 nov. 2020. http://www.projetobrumadinho.ufmg.br/materia/3-desastres-impactos-danos
UNFCCC. United Nations Framework Convention on Climate Change. (2015). Paris Agreement. Retrieved from https://unfccc.int/files/essential_background/convention/application/pdf/english_paris_agreement.pdf
UNISDR (United Nations International Strategy for Disaster Reduction). 2018. Terminology. https://www.undrr.org/terminology/disaster#:~:text=A%20serious%20disruption%20of%20the,and%20environmental%20losses%20and%20impacts
Valverde Santana, H., et al. (2015). Responsabilidade civil do fornecedor pelo fato do produto. Revista de Direito do Consumidor, 100, 115-139.
Téléchargements
Publiée
Comment citer
Numéro
Rubrique
Licence
© Antônio Carlos Efing, Ana Carolina Fontana de Mattos 2025

Ce travail est disponible sous licence Creative Commons Attribution - Pas d'Utilisation Commerciale - Pas de Modification 4.0 International.
Authors who publish with this journal agree to the following terms:- Authors retain copyright and grant the journal right of first publication with the work simultaneously licensed under Creative Commons Non Commercial, No Derivatives Attribution 4.0. International (CC BY-NC-ND 4.0.), that allows others to share the work with an acknowledgement of the work's authorship and initial publication in this journal.
- Authors are able to enter into separate, additional contractual arrangements for the non-exclusive distribution of the journal's published version of the work (e.g., post it to an institutional repository or publish it in a book), with an acknowledgement of its initial publication in this journal.
- Authors are permitted and encouraged to post their work online (e.g., in institutional repositories or on their website) prior to and during the submission process, as it can lead to productive exchanges, as well as earlier and greater citation of published work (See The Effect of Open Access).